sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Ofensa

Eu já cansei de fazer o mesmo discurso: eu sou uma mulher honesta, trabalho, sustento minha família, não chuto cachorro na rua, mantenho meu filho com o melhor que posso sendo uma mãe solteira. Não peço nada prá ninguém prá dar conta do que é meu.

Daí que hoje - pelo horário dá prá falar que foi ontem, mas isso são detalhes do fuso - saí com um cara de quem sou super afim - e ele SABE muito bem disso - e um amigo dele.

O amigo foi embora cedo, e o bonito de repente se apressou em falar que estava morrendo de dor de garganta e que por isso não esticaria a noite.

Tá, não é porque saiu comigo, ou eu com você (sim, tem diferença), que você tem obrigação de ficar comigo. Mas o que me matou foi a despedida...

Eu comentei que iria andando prá casa, porque os táxis da região costumam cobrar o dobro do valor da corrida (preço fixo) prá te levar. Eu acho desaforo, sei que eles fazem isto porque sabem todo mundo tem saído de táxi prá não ser pego em blitz. Daí me vem a pérola: o sujeito tira R$10,00 do bolso de fala: "toma, prá você pagar o táxi".

Oi?? Cuma?? Num rompante de cavalheirismo, o mínimo que eu esperava era que ele se oferecesse prá me acompanhar até minha casa, que nem era tão longe assim. Mas não. O cara me oferece dezreal prá pagar o táxi!!!

Porra, me ofendi, vim prá casa com os olhos marejados. Na hora, fiquei tão passada que nem respondi. Mas putz, cara! Eu não tava pedindo grana, eu posso arcar com minhas despesas. Como disse, ralo prá c*&%lho prá me manter, pagar todas as contas, dar uma vida digna pro Filhote. Eu não preciso que alguém venha me dar grana pro táxi!

Assim, ofendida pacas (é compreensível, vamos lá...) eu sigo Solteira na Ilha...


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Sina


Então... Há pouco mais de um ano tatuei no pé direito a frase "Pai e Mãe, Ouro de Mina", da música de Djavan, prá homenagear meus pais. Daí que eu devo mesmo carregar uma sina na minha vida, porque vou dizer...

Ontem fui ao cinema com meu filho de 7 anos. Daí que encontrei um colega que sempre vai ao meu local de trabalho, embora não trabalhe lá. E sempre que o danado chega, vem cheio de sorrisos, cheio de gracinhas e elogios. Dia desses se debulhou em gracejos prá moçoila aqui só porque entrou num bate-papo nosso sobre mulheres plus size (o que eu sou e f*da-se quem liga prá isso).

Tá que é muito bom, mas seria melhor se o bonito não fosse casado.

E eu devo ter ímã prá isso, porque não é o primeiro que se achega. Às vezes eles têm até a marca da aliança na mão, mas estão lá.

Eu não me furto de receber as cantadas, eu gosto, oras! Sou mulher, gosto de ser paquerada. Só que eu tenho um monte de draminhas nas idéias.

Tipo: será que os caras não se chegam só porque você é alguém diferente da pessoa com quem eles dormem há 10, 15 anos? Será que não é só porque é proibido? 

Segundo: eu tenho lá uma coisa dentro da cachola de achar que é sacanagem paquerar o cara que é comprometido porque eu não ia querer ser a infeliz que está lá em casa ou onde quer que seja acreditando no tal. Tá que paquerar não é nada, uma troca de olhares não configura traição, mas como uma coisa leva à outra...

E então outro pensamento - os meus pensamentos são como moradores de um cortiço, vizinhos próximos que ouvem o que se passa na parede ao lado e adoram se meter no assunto alheio - me bate que é o de levar adiante mesmo e ver qual é. A curtição é garantida, oras, paquera daqui, paquera dali, uma hora pode rolar algo mais. Que vai ser às escondidas, reservado. E, se tiver repeteco, não vai passar de um. 

Tenho uma amiga, caríssima, que não liga prá isso. e que, diferente de mim, tem uma visão mais racional da vida (tá, em sonho pacas, eu sei, mas fazer o quê?). Ela não romanceia nada feito eu, não se apega facilmente, não espera que o cara ligue no dia seguinte, não se importa se a mulher dele tá dormindo em casa acreditando que ele tá trabalhando enquanto ela (a amiga) e ele se esbaldam em algum motel.


Matutando, sigo solteira na Ilha...

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Começando

Depois que uma amiga me apresentou à blogosfera, eu adorei esse negócio de blogar. A gente desabafa, fala o que quiser, lê quem quer. É uma beleza.

Daí que eu tinha criado um blog com o mesmo nome pelo Wordpress, mas achei aquilo lá uma bosta prá mexer, e vivia dando problemas. Então vim prá cá, onde tudo é muito simples - e precisa mesmo ser, porque eu não sou nenhum ás da informática - e vou continuar despejando minhas aventuras e desventuras na capital capixaba enquanto me jogo nesse mundo louco de pedra esperando encontrar uma companhia.

Daí que, putamerda, em pleno carnaval, me acontece uma daquelas. Eu tenho certeza que muita gente vai concordar comigo, vai fazer coro que ninguém merece um sujeito vir te cagar o feriado de Momo.

A gente se conhece há um tempo. No passado, rolaram umas transas mega gostosas, então, quando é bom, quem não quer repetir a dose? Como nós nunca perdemos contato de todo, natural que no carnaval tentássemos combinar alguma coisa. Eu mandei torpedo, ele mandou de volta, até que ontem ele me ligou dizendo que não ia viajar, que gostaria de sair, blábláblá. 

Tá massa, hoje cheguei em casa à tardinha, tomei um banho daqueles de noiva, dei aquela caprichada na depilação, porque né, vai que... Como sábado já é mesmo o dia da hidratação no cabelo, da esfoliação na pele, a bonita ficou do jeito que o diabo gosta.

Mandei o torpedinho avisando que tava pronta e recebi de volta um "tô esperando meu amigo aqui no Centro prá gente sair."

Tudo bem, eu saio com os amigos também, meu negócio é me divertir. Mas ontem ele falou que não gostava de sair no Centro nessa época porque é péssimo. Perguntei de novo e ele afirmou que eles "estavam por lá mesmo".

Então, putaquepariu, porque é que o capeta me liga chamando? Ah, me revolta isso, de falar que quer fazer uma coisa e depois dar prá trás. Eu disse que todos os meus amigos tinham viajado, e eu fiquei sozinha na cidade, porque tô de contas até a raiz dos cabelos, então não posso gastar com passeio por agora.

Devia saber que mulher é um bicho besta que acredita nas coisas, e que espera quando você fala que vem. E que tem um princípio tão básico que até meu filhote de 7 anos sabe: se não quer fazer, não comece.

Tá, não me cagou o feriado, porque hoje estou em casa, mas amanhã tô zarpando prá algum rock bacana.  Não tô morrendo de ódio de ninguém. Mas me emputeceu num sábado de carnaval, e minha beleza não precisava ser cansada.

Me restam a TV e os desfiles das escolas de samba de SP.

E eu sigo solteira na ilha...